quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Dormir para Sonhar


Pois é...hoje é noite de natal.

Já me ocorreu muita coisa para deixar aqui mas depois de ter estado a estudar inglês, apeteceu-me deixar umas partes da canção «Sleep to Dream» da Fiona Apple.

A foto é demasiado doce para a letra traduzida.

Não, nada é completamente doce nem há nada completamente amargo.


Aqui vai:


Disse-te o que sentia

e não quiseste saber

Disse-te:

diz-me a verdade

mas nem ousaste


Disseste-me:

O Amor é um inferno.

mas nem especulas-te


Disse-te:

Dá-me o que é meu e depois vou por aí

para onde EU quiser!


Tenho os pés bem assentes na terra

e não vou dormir para sonhar


Tu tens a tua cabeça nas nuvens

e nem sempre és o que pareces!


Esta mente, este corpo e esta voz

não vão endurecer com as tuas incoerências


Não te esqueças mais do que te disse

não manipules


Eu tenho o meu próprio inferno para me levantar!


Nunca fui tão insultada em toda a minha vida


Agora até posso engolir mares

para lavar todo este orgulho


Começas a correr como um louco

só para estares á minha altura e ao meu lado


Agora corres como um louco

só para te esconderes

já não consigo tolerar!


Não tentes negociar, não sejas tão sensível

Como já não disputo contigo

Não precisas de ser tão defensivo

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Resposta para Arte


Começei a ler um livro que já li há cerca de 15 anos atrás, nessa altura procurava todas as respostas e colocava muitas questões.

Não mudei.

Continuo a fazê-lo.

Ainda bem que não mudei porque voltei a ler este livro.

Não procuro respostas, verdades, sentidos.

Procuro prazer e crescimento, procuro sentir como viam os olhos do artista, e não é fácil calçar os seus sapatos.Procuro ver com os meus olhos o segredo do artista e encontrar também um pouco de mim nas entrelinhas.


«O artista é o criador de coisas belas.

O objectivo da arte é revelar a arte e esconder o artista.

São eles os eleitos, para quem as coisas belas significam somente beleza.

Coisas como livros morais ou imorais não existem.Os livros ou estão bem escritos ou estão mal escritos.

A vida moral do homem faz parte da matéria do artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito.Nenhum artista pretende provar nada.Até as coisas verdadeiras podem ser provadas.Nenhum artista tem simpatias morais.A simpatia moral é, num artista, um maneirismo de estilo imperdoável.

O que a arte espelha realmente é o espectador e não a vida.

Podemos perdoar a um homem que não admire uma coisa que fez, se ela é útil.A única desculpa para fazer uma coisa inútil é admirá-la intensamente.Toda a arte é perfeitamente inútil.»



«O retrato de Dorian Gray» Oscar Wilde

domingo, 16 de novembro de 2008

Perdi uma palavra


Não sei onde guardei aquela palavra que ia dizer.


Fugiu para dentro de outro texto que ainda não começei a escrever.


Hoje, esteve um dia bonito que trouxe aos meus olhos o infinito de um sonho que comecei a semana passada.Hoje ganhou mais alegria não sei, porquê? Já não procuro perceber tudo o que me surge, e isto, não é da idade.


Isto é da vida que vai passando sob a ameaça de todos os dias serem diferentes.


Como nada se garante com o futuro e já não se recomenda o passado,a palavra, continua lá.


Está na ultima página do livro de cabeceira, se não estou enganada.


Hoje esteve sol.


Adoro o sol, a sua energia rara.


Adoro o sol de inverno e esta sensação de estar com alguém quando estou comigo.


Já passaram estas palavras e continuo sem encontrar a que perdi.


Perdemos muitas outras coisas na vida:objectos, pessoas, dias, anos e com o tempo aceitamos que as coisas tiveram de ser assim e que de nada vale tentar mudá-las porque também elas se perdem de nós.


Sei que ela, a palavra, anda por aí só não consigo ler o seu refúgio.


Qualquer dia ela aparece ou quando menos a esperar encontra-a sozinha.






sábado, 1 de novembro de 2008

Gosto de TI Lisboa


Começamos sempre uma frase com uma intenção: informar;afirmar;declarar;acusar;intimidar e mais mil e uma formas de exprimir complexamente a simplicidade dos nossos sentimentos.
Hoje falo com um maior conhecimento de causa pois devido ao meu trabalho fui também obrigada a fazer um trabalho interior muito intenso para me tornar uma comunicadora mais pragmática.
Há dias que o sucesso do trabalho esmurece.
Nem sempre estamos bem mas esforçamo-nos por alcançá-lo.Faz parte da vida.Dias bons dias maus.
Nestes úlimos tempos, tento viver o dia-a-dia como uma lição de um livro que será sempre um ensaio sobre o estudo desta aprendizagem tão dificil: a vida.
Aqui neste lugar, chamado mundo consumado pelo quadro apático de uma sociedade a morrer lado-a-lado ás suas convições existencialistas vejo-me e revejo-me em momentos que só eu reconheço.
Com esta nova forma de olhar a vida,por mais forma que ganhe,ganha mais a atitude na forma.
Os sonhos continuam lá mas as ilusões esfumaram-se depois de tanto descontentamento isto para ser mais simpática sem lhe chamar pelo nome.
Ainda ontem fui jantar sozinha,confesso que há dias que me agrada,ao meu lado um casal discutia cordialmente.
Ele nada lhe queria prometer, ela reclamava antigas promessas.
No fundo ela sofria.Julgamos sempre que sofremos com a rejeição e no meio não gostamos nada de aceitar a honestidade do outro.
Fez-me pensar isto.
Voltei a uma cidade que em tempos escolhi para me refugiar exactamente da honestidade ou não de alguém.Fiquei sem saber.
Hoje adoro a individualidade que me dá,a modéstia e a normalidade.
Gosto de TI Lisboa.